sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CÂNCER NA 3ª IDADE REQUER ATENÇÃO ESPECIAL

A forma mais adequada de tratar uma pessoa com câncer na terceira idade é conduzir o tratamento juntamente com os cuidados aos aspectos da saúde do paciente.
Estima-se que 70% dos casos de câncer ocorram na terceira idade. Há uma razão para o câncer ser uma doença dos idosos. As células do organismo se dividem a todo instante e, durante esse processo, é comum acontecerem alterações no material genético. Normalmente, o sistema imunológico identifica e esses erros e os corrige ou ao menos elimina essas células. No entanto, com o passar dos anos, a probabilidade de que uma dessas alterações genéticas deixe de ser corrigida aumenta. Um acúmulo dessas alterações, dia após dia, predispõe ao aparecimento do câncer. Essas células cancerosas passam, por sua vez, a se dividir excessiva e desordenadamente, podendo comprometer totalmente a saúde. Sabe-se também que o estilo de vida – sedentarismo, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas – pode contribuir para o aparecimento do câncer.
Muitas pessoas acreditam que a genética tem um peso importante na doença. Uma proporção mínima da população tem, de fato, maior risco de desenvolver um tumor por esse motivo. Nesses casos, o câncer ocorre com maior frequência em pacientes jovens. Mas não é bem assim quando se trata de câncer geriátrico.
Os tratamentos de câncer passam por cirurgia, quimioterapia, hormonoterapia, radioterapia e medicamentos imunobiológicos, chamados de terapia alvo-dirigidas. Mas tratar uma pessoa de 70 anos não é tratar alguém de 40. Isso porque, muitas vezes, um paciente com uma idade mais avançada não tem apenas uma doença. Ele costuma ter vários problemas, comuns nessa etapa da vida, e, em geral, faz uso de uma série de medicamentos. E é justamente esse o grande desafio: modular a melhor estratégia de tratamento. Por conta disso, o que os centros de ponta no mundo tem recomendado é uma abordagem que uma, sempre que possível, o oncologista a uma equipe multiprofissional, com psicólogos, nutricionistas, e principalmente, geriatra ou outro médico que cuide dos outros aspectos. Essa visão da oncogeriatria, que une o conhecimento da oncologia com a geriatria, é recente e oferece mais apoio ao paciente idoso para enfrentar e superar a sua doença.
A adequação na seleção e administração dos medicamentos oncológicos, o acompanhamento apropriado das outras doenças paralelas e a atenção psicológica tem como único objetivo proporcionar o melhor tratamento disponível, com segurança. A meta não é apenas curar, mas também trazer bem-estar e, claro, qualidade de vida para todos, independentemente  da idade.
www.einstem.br – Revista Veja – Ed. 2226